– A pedra no caminho de Michel Foucault e
– Os caminhos (e alterações de rota) de Maturana.
Estamos propositalmente agrupando, aqui, dois tópicos:
- a pedra de tropeço no caminho de Michel Foucault;
- os caminhos (e alterações de rota) de Maturana.
O início da análise do problema, nos dois pontos, é o mesmo. As propostas feitas por Maturana para correção daquilo que ele reputava um erro dos pesquisadores em IA no MIT de sua época – o objeto do pensamento durante operações, aquilo cuja síntese obtém fundamento na representação; e o sujeito, o Observador, o artífice da operação – podem ser identificadas no pensamento de David Ricardo, um filósofo economista com pensamento configurado com a possibilidade de fundar as sínteses do seu objeto de pensamento na representação. Você pode ver a seguir a pedra fundamental do pensamento de Maturana, e o Princípio Dual de trabalho de David Ricardo, e compará-los.
Mas enquanto Michel Foucault mantém suas descobertas e nos ajuda a ir além delas, distribuindo modelos resultados de configurações do pensamento em três segmentos de um espectro – aquém, diante a para além do objeto, Maturana e co-autores fazem um desvio, e vinte anos depois, parece que fazem uma autocrítica.
a percepção da contaminação, dominação mesmo,
do pensamento com o qual ‘queiramos ou não‘ pensamos,
– hoje em dia, e aqui e agora –
por configurações de pensamento
com a possibilidade, e também sem a possibilidade
de fundar as sínteses – da empiricidade objeto – no espaço da representação.
O imprevisto que dificultou o trabalho de Foucault
Configurações do pensamento COM e SEM a possibilidade de fundar as sínteses (do pensamento) no espaço da representação
As duas configurações:
SEM e COM a possibilidade
Nosso roteiro
neste estudo
A pedra fundamental do pensamento de Maturana:
No final dos anos 1950, bem no início do seu trabalho, Maturana fazia:
- objeções ao ‘fazer’ dos pesquisadores em IA do MIT do final dos anos 1950;
- propostas de alterações na modelagem dos fenômenos biológicos.
Vinte anos depois, Francisco Varela considerava procedentes algumas das críticas recebidas ao seu trabalho conjunto com Maturana, a autopoiese.
A figura 2,
de Maturana
A Figura 2 – Diagrama ontológico no capítulo Reflexões epistemológicas do livro Cognição, Ciência e Vida cotidiana; e ainda
Figura 2 – O Explicar e a experiência, no capítulo Linguagem, Emoções e Ética nos afazeres políticos do livro Emoções e Linguagem na Educação e na Política; (conforme original de Maturana).
Vamos usar essa figura para mostrar as paletas de ideias ou elementos de imagem requeridos para modelagem das operações de um e de outro lado da figura de acordo com o entendimento adotado, ou a episteme utilizada pelo pensamento
objeções,
de Maturana
Operação na Figura 2 – LE: sistema relativo de anterioridade ou simultaneidade das coisas entre si
As objeções
feitas por Maturana,
bem no início do seu trabalho,
ao modo como os pesquisadores em IA do MIT faziam seus modelos
– inspirados nos modelos biológicos –
pelo que eles mesmos diziam, segundo Maturana, são fundamentadas
no modo como funciona o pensamento filosófico clássico, o de antes da descontinuidade epistemológica
ocorrida entre 1775 e 1825
no relato de Michel Foucault.
Por favor veja isso na animação:
propostas,
de Maturana
Operação na Figura 2 – LD: sistema absoluto de articulação do impensado com um objeto análogo passível de representação.
Ao mesmo tempo,
as propostas
que ele fez nesse início do seu trabalho,
para resolver esse problema
são totalmente consistentes com o pensamento de David Ricardo, um pensador marcadamente de depois desse evento fundamental em nossa cultura.
Os dois blocos do ‘dizer’ de Maturana
na operação de Explicar com Reformular, no lado direito da figura, um para o Operar e outro para o Suporte ao operar, correspondem à mesma separação que Ricardo fez e incorporou ao seu
Note que a formulação feita para Trabalho por Ricardo é claramente construtiva e também faz a separação entre dinâmica e suporte à dinâmica –
os dois blocos imaginados por Maturana.
análise de críticas recebidas,
feita por Francisco Varela
Entretanto há algo surpreendente no livro
‘De máquinas e de seres vivos:
Autopoiese – a Organização do vivo;
Prefácio à segunda edição;
tópico: Além da autopoiese;
sub-tópico: Enacção e cognição,
de autoria de Francisco Varela.
A surpresa está em que
entre as críticas à autopoiese que Francisco Varela aceita como procedentes
está a que afirma que a autopoiese
tem formulação fraca,
explicando ele, que a formulação dada
é fraca porque é não-construtiva, problema que seria resolvido futuramente pelo desenvolvimento então em curso denominado Enacção.
comentários
O que terá acontecido com
– o bloco do Operar e o bloco do Suporte ao operar
no interior da operação de Explicar com Reformular ;
e, agora na própria representação
da empiricidade objeto da modelação,
o Ser vivo no caso de Maturana,
com os dois domínios,
- – o domínio do Operar, na representação,
correspondente ao bloco do Operar
na operação de Explicar com Reformular - – e o domínio do Suporte ao operar, na representação,
correspondente ao Bloco do Suporte ao operar
na operação de Explicar com Reformular
imaginados por Maturana?
Este é um dos modos de ver a pergunta
que este estudo pretende responder
com a ajuda de Michel Foucault.
Comparação entre os modos de configuração do pensamento





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