A segunda sintaxe: a que autoriza a manter juntas,
ao lado e em frente umas das outras, as palavras e as coisas

A sintaxe que organiza os objetos análogos criados pelo método Analise
e os posiciona uns em relação aos outros, em uma hierarquia, com o método Síntese.

Praticamente não existe representação para empiricidade objeto que seja representável por um único objeto análogo.

Representações são o resultado dos princípios organizadores Analogia e Sucessão utilizando os métodos Análise e Síntese. 

O objeto composto ‘Sucessão de analogias’ referido por Foucault, ilustra os efeitos dos princípios organizadores Analogia e Sucessão por meio dos métodos Análise e Síntese.

“De sorte que se vêem surgir, como princípios organizadores desse espaço de empiricidades,

  • a Analogia
  • e a Sucessão:

de uma organização a outra, o liame, com efeito, não pode mais ser a identidade de um ou vários elementos, mas a identidade da relação entre os elementos (onde a visibilidade não tem mais papel) e da função que asseguram; ademais, se porventura essas organizações se avizinham por efeito de uma densidade singularmente grande de analogias, não é porque ocupem localizações próximas num espaço de classificação, mas sim porque foram formadas uma ao mesmo tempo que a outra e uma logo após a outra no devir das sucessões. Enquanto, no pensamento clássico, a seqüência das cronologias não fazia mais que percorrer o espaço prévio e mais fundamental de um quadro que de antemão apresentava todas as suas possibilidades, doravante as semelhanças contemporâneas e observáveis simultaneamente no espaço não serão mais que as formas depositadas e fixadas de uma sucessão que procede de analogia em analogia. A ordem clássica distribuía num espaço permanente as identidades e as diferenças não-quantitativas que separavam e uniam as coisas: era essa a ordem que reinava soberanamente, mas a cada vez segundo formas e leis ligeiramente diferentes, sobre o discurso dos homens, o quadro dos seres naturais e a troca das riquezas. A partir do século XIX, a História vai desenrolar numa série temporal as analogias que aproximam umas das outras as organizações distintas. É essa História que, progressivamente, imporá suas leis à análise da produção, à dos seres organizados, enfim, à dos grupos lingüísticos. A História dá lugar às organizações analógicas, assim como a Ordem abria o caminho das identidades e das diferenças sucessivas.

Mas vê-se bem que a História não deve ser aqui entendida como 

  • a coleta das sucessões de fatos, tais como se constituíram;

ela é

  • o modo de ser fundamental das empiricidades,

aquilo a partir de que elas são afirmadas, postas, dispostas e repartidas no espaço do saber para eventuais conhecimentos e para ciências possíveis.”

As palavras e as coisas:
uma arqueologia das ciências humanas;
Capítulo VII – Os limites da representação;
tópico I. A idade da história

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