Visão SSS - Simétrica, Simbiótica e Sinérgica global
O mago Merlin, aquele que na lenda satisfazia a todos os desejos de Arthur em um átimo, sem consumir absolutamente nada, – nenhum recurso, nem mesmo energia – e de maneira reversível, possuía o instrumento dos instrumentos: a varinha de condão.
Esse instrumento dos instrumentos – pena que mágico – quebra várias leis da física e isso justifica a impossibilidade de utilizá-lo em operações reais. A varinha mágica sugere uma organização do mundo – e um rebaixamento de entropia – sem qualquer custo e dispêndio de energia, por exemplo.
A visão SSS das organizações modela o objeto esperado (produto) que interessa ao grupo Clientes, e o instrumento (fábrica) capaz de obtê-lo no ambiente de realidade.
Fica destacado nesse arranjo de como ver uma organização, o Nexo da produção de onde surgirá o objeto que interessa aos acionistas: o lucro, ou benefícios de qualquer outra natureza.
Essa estrutura SSS – Simétrica, Simbiótica e Sinérgica nada mais é do que a aplicação com critério da modelagem organizada pelo par sujeito-objeto. Como não é muito comum a organização de modelos de operações organizados pelo objeto, essa estrutura pode parecer algo estranha.
Mas veja no livro Reengenharia o que Hammer diz sobre esse retângulo:
“O processo de ‘Desenvolvimento da capacidade de fabricação’ toma uma estratégia como entrada e produz uma Fábrica como saída.”
Reengenharia: revolucionando a empresa em função dos clientes, da concorrência e das grandes mudanças da gerência; cap. 7 – A caça às oportunidades de reengenharia, pg. 98.
Ora como o retante do mapa todo, a partir do título refere-se a produção de semicondutores, e esse último retângulo produz uma fábrica a partir de certas estratégias, então temos dois objetos nesse mesmo mapa. E muito diferentes. Podemos ter mais de um objeto em um mesmo mapa de operações, mas cada qual terá o seu modelo de operações, organizado pelos respectivos pares sujeito-objeto.
Como Hammer ainda fala em processos, e pensa em entradas que produzem saídas, ele não deve ter achado conveniente simetrizar esse mapa. A estrutura SSS é exatamente essa simetrização.
A varinha mágica de condão

Laboratório e Fábrica: sucedâneos práticos
da varinha mágica de condão


Esse instrumento mágico era indiferente quanto ao objeto de desejo do rei. Concretizava instantaneamente qualquer coisa. Pena que era um instrumento mágico.
Para a varinha mágica o objeto de desejo de Arthur era indiferente.
Ninguém hoje imagina que um objeto esperado como resultado de uma operação de produção, por exemplo, possa concretizar-se no sentido de tornar-se disponível em ambiente de realidade, sem um instrumento capaz de fazer isso. E esse instrumento é específico com relação ao objeto esperado das operações, e pode receber o nome de Unidade de produção, Fábrica, e quando ainda em desenvolvimento, Laboratório ou Área de projeto piloto.
Visão SSS – Simétrica, Simbiótica e Sinérgica: a organização na realidade do ambiente em que suas operações ocorrem, composta simultaneamente por:
- a) operações que resultam no objeto esperado (produto) por um grupo de interessados (clientes), e
- b) nas operações que resultam no instrumento indispensável para obtê-lo, que durante o caminho do Instanciamento permite o surgimento de outro objeto (benefícios, lucro), este esperado por outro grupo de interessados (acionistas);
Por detrás dessa visão SSS da organização está:
- de um lado a convicção de que varinhas mágicas de condão, como a de Merlin não existem, e que portanto se pretendemos obter um objeto – qualquer coisa, temos de necessariamente indicar o Instrumento prático real com o qual podemos realizá-lo no ambiente em que estamos;
- e de outro, que em ambientes de operações reais, os instrumentos substitutivos reais da varinha mágica (áreas piloto, unidades de produção, por exemplo) são imprescindíveis e devem necessariamente fazer parte do modelo de operações,
evitando o pensamento mágico – sem instrumento -, das operações, de produção e outras, e também a confusão de objetos diferentes, rebaixando a qualidade da informação no modelo de operações.
Se modelamos operações sem especificar explicitamente o instrumento, e esse objeto, o instrumento, é imprescindível, acaba acontecendo que o modelo de operações para o objeto esperado fica contaminado pela realidade de que o instrumento precisa ser providenciado.