O tempo em modelos de operações feitos nas configurações do pensamento:
clássico (antes de 1775) e moderno (depois de 1825)

e sob o pensamento moderno, o de depois de 1825, nos caminhos da Construção e do Instanciamento da representação
Pensamento clássico, o de antes da descontinuidade epistemológica de 1775-1825:
O tempo em modelos de operações na configuração do pensamento:
clássico (o de antes de 1775)
Modo de ser fundamental de uma empiricidade objeto de operação em um dado ambiente e domínio é aquilo que permite que essa empiricidade objeto possa ser afirmada, posta, disposta e repartida no espaço do saber para eventuais conhecimentos e para ciências possíveis.
As palavras e as coisas:
uma arqueologia das ciências humanas;
Capítulo VII – Os limites da representação;
tópico I. A idade da história.
formulação da representação é reversível até o desencadeamento do seu instanciamento;
tempo relativo, calendário, nas operações de instanciamento da representação sob o pensamento clássico, com o deus Chronos

Pressuposto:
A existência precede a distinção
feita na operação
todas as coisas existem desde sempre e para sempre integrando o Universo.
a operação transcorre no interior do ‘Circuito das trocas‘, também conhecido como ‘Mercado‘, e no interior do domínio do Discurso e da Representação;
e trabalha exclusivamente com propriedades
não-originais e não-constitutivas das coisas.
o conceito ‘modo de ser fundamental‘ das empiricidades (veja ao lado esse conceito segundo Foucault) não muda durante a operação.
- pensando desse modo, todas as propriedades das coisas existem antes, – e mesmo depois de todas as operações do mesmo modo que eram antes;
- nesse modo de pensar operações não há interesse especial nas propriedades sim-originais e sim-constitutivas do que quer que seja, já que tudo é dado como pré-existente à operação;
- a operação de construção de representação do que quer que seja não faz parte desta maneira de pensar;
- a formulação de representação em uma dada operação limita-se à combinação de duas outras representações pré-existentes;
- durante a formulação, o elemento central ‘Processo‘ é configurado usando elementos, -processos, tasks – encontrados no interior da categoria da ordem arbitrária que guarda similitude com o caráter das propriedades não-originais e não-constitutivas “aparências” definidoras do pacote de coisas chamado ‘Entradas’.
Então, sobre o tempo nessa operação:
- a formulação desse tipo de operações é reversível;
- dada a inserção calendário do evento (i) de início da operação de instanciamento da representação (r), previamente formulada, existem todas as propriedades dessa representação antes e depois da operação;
- com base nessas informações disponíveis a qualquer tempo, é possível calcular a inserção calendário do evento (f) sabendo-se a inserção calendário do evento (i);
- inversamente, com a inserção do evento (f) em uma posição calendário arbitrária é possível calcular a inserção calendário de (i).
O tempo assinalado pelos eventos de processo (i) e (f) recebe o nome de tempo relativo,ou tempo calendário por essa razão. Sempre existe um fator K que permite calcular a inserção calendário de um evento (i) ou (f) dada a inserção calendário do outro evento (f) ou (i).
Pensamento moderno, o de depois da descontinuidade epistemológica de 1775-1825:
O tempo em modelos de operações na configuração do pensamento:
moderno (o de depois de 1825), no caminho da Construção da representação
Modo de ser fundamental de uma empiricidade objeto de operação em um dado ambiente e domínio, é aquilo que permite que essa empiricidade objeto possa ser afirmada, posta, disposta e repartida no espaço do saber para eventuais conhecimentos e para ciências possíveis.
As palavras e as coisas:
uma arqueologia das ciências humanas;
Capítulo VII – Os limites da representação;
tópico I. A idade da história.
a formulação da operação de construção de representação é irreversível intrinsecamente, desde o primeiro momento após a decisão de construir representação nova para a empiricidade objeto, marcada pelo evento de objeto (i) – seta amarela para baixo na figura;
tempo absoluto – que marca aquele tempo em que as coisas aconteceram no absoluto, no dizer de Foucault; na operação de construção de representação nova sob o pensamento moderno,com o deus Kairos.
Pressuposto:

A existência sucede a distinção
distinção feita na operação;
as coisas passam a existir tão logo o inarticulado, o indizível, o impensado, a visão o limite da estratégia, o horizonte do pensamento, ou qualquer outro nome para significar isso, ganhe suporte na experiência.
a operação transcorre no interior do
‘Lugar de nascimento do que é empírico‘, que nada tem a ver com o Mercado, ou Circuito onde ocorrem as trocas,
e no interior dos dois domínios:
- do Pensamento e da Língua; e
- do Discurso e da Representação;
e trabalha exclusivamente com propriedades sim-originais e sim-constitutivas das coisas, obtidas pelas buscas por origem, condições de possibilidade e de generalidade dentro de limites.
o conceito ‘modo de ser fundamental‘ das empiricidades (veja o conceito ao lado) sim, muda durante a operação, e é a própria evidência aparente do resultado com sucesso da operação que conseguiu definir a empiricidade objeto com propriedades originais e constitutivas, e ainda, com suporte na experiência..
- pensando desse modo, todas as propriedades das coisas – empiricidades objeto – novas não existem, antes de todas as operações (e por óbvio, também não existem no depois delas ao tempo de seu inicio, no evento (i) seta amarela para baixo;
- o escopo precípuo da operação é justamente obter as propriedades sim-originais e sim-constitutivas da empiricidade objeto da operação, já que sob essa visão de mundo há múltiplas realidades;
- operação de construção de representação para a empiricidade objeto desta operação é o principal objetivo desta maneira de pensar;
- a formulação de representação em uma dada operação implica a busca por origem, condições de possibilidade e de generalidade dentro de limites, nesse domínio e nesse ambiente, para a empiricidade objeto da operação;
- durante a formulação da operação, o elemento central ‘Forma de produção‘ é configurado com elementos de suporte na experiência (processos, tasks), desenvolvidos especialmente como resultado das operações de busca por origem, condições de possibilidade e de generalidade dentro de limites, ou ainda, recuperados quando encontrados no Repositório existente nesse ambiente;
Então, sobre o tempo nessa operação:
- a formulação desse tipo de operações é irreversível;
- dada a inserção calendário do evento (i) de início da operação de construção de representação nova, todas as propriedades dessa representação antes e depois da operação, sejam elas originais e constitutivas ou não, são inexistentes porque a própria representação não existe;
- feita a decisão de construir representação nova para determinada empiricidade objeto, existe apenas uma arquitetura básica comum a todas as representações, composta por dois espaços, um para o ‘operar’ atribuído ao objeto em representação, e outro para o suporte na experiência para esse operar;
- com base nessas informações disponíveis (nenhuma, a menos da arquitetura) é impossível calcular – tendo como base propriedades da representação inexistente – a inserção calendário do evento (f) sabendo-se a inserção calendário do evento (i);
- inversamente, com a inserção de (f) – e mesmo supondo que a operação de construção da representação tenha sido realizada com sucesso – também é impossível calcular a inserção calendário de (i) porque o intervalo de tempo i-f depende das operações de busca por origem, condições de possibilidade e de generalidade dentro de limites, o que é completamente independente da representação construída.
- Nota: (i) e (f) aqui representados pelas setas amarelas voltadas para baixo na figura, são eventos de início e fim da operação de construção da representação para a empiricidade objeto; totalmente distintos dos eventos também (i) e (f) mas dos processos de suporte na experiência à Forma de produção.
O tempo assinalado pelos eventos de processo (i) e (f) recebe o nome de tempo absoluto, ou como diz Foucault, trata-se daquele tempo em que as coisas aconteceram no absoluto. Nunca existe um fator K que permite calcular a inserção calendário de um evento (i ou f) dada a inserção calendário do outro evento (f ou i). Veja por que:
Quando posicionados em (i) exatamente no início da operação no caminho da Construção da representação, não existem propriedades da representação nova, e portanto não há elementos para cálculo da posição calendário do evento (f);
Quando posicionados em (f), ao final da operação de construção da representação para a empiricidade objeto sim, já existem todas as propriedades da representação, sejam as originais e constitutivas sejam as não-originais e não-constitutivas. Essas propriedades podem então ser usadas para uma estimativa da inserção calendário do evento (i) a partir da inserção calendário do evento (f), mas o resultado coincidirá com a posição calendário desse evento (i) apenas por uma formidável coincidência, porque o intervalo de tempo entre os eventos de objeto (i) e (f) depende das operações de busca por origem, condições de possibilidade e de generalidade dentro de limites, e nada têm a ver com propriedades da representação.
O tempo em modelos de operações na configuração do pensamento:
moderno (o de depois de 1825), no caminho do Instanciamento da representação
Modo de ser fundamental de uma empiricidade objeto de operação em um dado ambiente e domínio, é aquilo que permite que essa empiricidade objeto possa ser afirmada, posta, disposta e repartida no espaço do saber para eventuais conhecimentos e para ciências possíveis.
As palavras e as coisas:
uma arqueologia das ciências humanas;
Capítulo VII – Os limites da representação;
tópico I. A idade da história.
a formulação da operação de instanciamento de representação de empiricidade objeto volta a ser reversível intrinsecamente; desde o primeiro momento após a decisão de instanciar representação pré-existente no Repositório, marcada pelo evento (i) – ícone raio na figura;
o tempo volta a ser relativo, tempo calendário – não marca mais aquele tempo em que as coisas aconteceram no absoluto porque tudo o que havia para acontecer no tempo absoluto para essa representação em instanciamento já ocorreu antes que ela fosse acrescentada ao Repositório – na operação de instanciamento de representação recuperada do Repositório e a operação transcorre ainda sob o pensamento moderno, mas desta vez com o deus Chronos.
Pressuposto:

A existência sucede a distinção
feita na operação;
Porém durante a operação de instanciamento de representação, que pressupõe a recuperação dessa representação anteriormente construída, desde o Repositório existente nesse domínio e ambiente, não haverá qualquer alteração no ‘modo de ser fundamental’ para essa empiricidade objeto em instanciamento e a operação transcorre toda no interior do ‘Circuito das trocas‘, ou no âmbito do famoso (Mercado),
Isso se dá no interior do domínio único
- do Discurso e da Representação;
e pode lidar exclusivamente com propriedades não-originais e não-constitutivas das coisas; ou ainda, lidar com as propriedades originais e constitutivas, caso a operação de instanciamento seja organizada com a estrutura moderna de pensamento.
o conceito ‘modo de ser fundamental‘ das empiricidades (veja o conceito ao lado) não muda durante a operação de instanciamento, e ao final da operação, a empiricidade objeto tem exatamente o mesmo ‘modo de ser fundamental’ que tinha ao ser incluída no Repositório, do qual foi recuperada.
- pensando desse modo, todas as propriedades da empiricidade objeto da operação de Instanciamento sim, existem, antes e depois da operação, porque não se alteram com esta;
- e o escopo precípuo da operação é obter a empiricidade objeto da operação, instanciada, e disponível para tratamentos posteriores, inclusive submissão ao Mercado;
- a formulação de operação de Instanciamento é reversível, porque é feita pela seleção da representação da empiricidade objeto a partir do Repositório;
- durante a formulação, o elemento central ‘Forma de produção‘ é configurado com elementos de suporte na experiência (processos, tasks), desenvolvidos especialmente como resultado das operações de busca por origem, condições de possibilidade e de generalidade dentro de limites, ou ainda, encontrados no Repositório existente nesse ambiente;
Então:
- dada a inserção calendário do evento (i) de início da operação de construção de representação nova, existem todas as propriedades dessa representação antes e depois da operação, sejam elas originais e constitutivas ou não;
- feita a decisão de instanciar representação para determinada empiricidade objeto, ainda existe uma arquitetura básica comum a todas as representações, composta por dois espaços, um para o ‘operar’ atribuído ao objeto, e outro para o suporte na experiência para esse operar; apenas que esses dois domínios estão preenchidos pelos elementos da representação;
- com base nessas informações disponíveis (todas as possíveis) é novamente possível calcular – tendo como base propriedades da representação existente – a inserção calendário do evento (f) sabendo-se a inserção calendário do evento (i); (de modo semelhante ao que ocorria no pensamento clássico)
- inversamente, com a inserção de (f) – e mesmo supondo que a operação de instanciamento da representação tenha sido realizada com sucesso – também é possível calcular a inserção calendário de (i) porque o intervalo de tempo i-f depende, agora, do funcionamento dos elementos de suporte na experiência da Forma de produção, o que é completamente dependente das propriedades da representação em instanciamento.
O tempo assinalado pelos eventos de processo (i) e (f) recebe o nome de tempo relativo, ou tempo calendário. Sempre existe um fator K que permite calcular a inserção calendário de um evento (i ou f) dada a inserção calendário do outro evento (f ou i).
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